Blocos

A chuva caiu e veio lavar a cerveja e o xixi que escorrem ladeira abaixo... ladeira do convento de Santa Teresa por onde sobem e descem foliões num ritmo frenético, agora um pouco menos frenético, porém mais bêbado. Eles nem precisam mais de músicas e marchinhas, pois estas hordas bárbaras de garotões e patricinhas saradas têm suas próprias palavras de ordem, ligadas invariavelmente ao tema "fase anal". Desculpem leitores, mas não dá para engolir toda essa mercantilização e empobrecimento da cultura popular. Fiquei velha? Talvez.

Essa foto eu tirei de manhã, do meu terraço. O Carmelitas só saiu de tarde, porque agoras os blocos anunciam um horário falso para despistar as multidões, ora ora. No meu tempo os blocos passavam nas ruas e a gente ía atrás cantando e sambando. Agora, no carnaval evento-mercantil, os foliões aguardam ordeiramente a saída dos blocos, como observou a antropóloga Adriana Fernandes. Eles nem sempre saem, mas pouco importa.

Enquanto isso, eu aqui Carmelita enclausurada com muito gosto, fazendo artesanias! Salve, salve!